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quinta-feira, 27 de maio de 2010

QUAIS OS OBJECTIVOS DA AQUACULTURA?


O grande objectivo da Aquacultura é o fornecimento, para mercados e outras unidades comerciais, de peixe fresco e de qualidade durante todo o ano, respeitando a Natureza, valorizando os valores ambientais, promovendo a equidade de recursos face às gerações vindouras e procurando criar um ordenamento territorial do litoral que permita um desenvolvimento sustentável.
As grandes vantagens deste tipo de produção é que:
  • Parasitas, predadores (caranguejos, aves, etc.), competidores de alimento e poluentes são controlados pela utilização de um sistema sustentável; 
  • Existe um rígido controlo sanitário, bem como um reforço do controlo da presença de resíduos nos produtos da Aquacultura; 
  • Permite planear o calendário do processo, do pré e pós-colheita; 
  • As espécies são sujeitas a dietas alimentares específicas baseadas, numa primeira fase, em zooplâncton e, numa segunda fase, num granulado de farinha, feito à base de peixes e vegetais (alimentos inertes); 
  • Existe um esforço de utilização da tecnologia, tanto do ponto de vista biológico como do ponto de vista da produção, da forma mais eficiente e com o mínimo impacto sobre o meio; 
  • Está sujeita a elevado controlo por parte de autoridades governamentais e outras entidades certificadas de regulação; 
  • Permite a criação de espécies de maior qualidade comparativamente às criadas nos seus meios naturais, com os seus habitats intensamente poluídos. 
Actualmente a aquacultura representa 33% da produção total comunitária de pescado. As cinco principais espécies aquícolas produzidas no nosso País são a amêijoa, a dourada, a truta, o robalo e o mexilhão. Quanto à quantidade produzida, os crustáceos são os menos produzidos, seguidos de plantas aquáticas e moluscos.

3 comentários:

  1. Ao se tratar de peixes de cativeiro quebra-se o processo normal da evolução da espécie. Que consequências daí podem advir?

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Um texto publicado no site da European Federation of Sea Anglers (EFSA) Portugal refere as preocupações da Quercus em relação à exploração excessiva da pesca que se encontra associada aos principais impactos da aquacultura, já que a utilização dos peixes para a elaboração de farinha e azeite para espécies criadas em viveiros não diminui a pressão sobre as empresas piscícolas, antes pelo contrário. Outra preocupação desta organização remete para a contaminação química, dada a quantidade de produtos químicos e de fármacos utilizados para controlar os vírus, as bactérias e os fungos. Sem esquecer a destruição de espaços costeiros para construção de viveiros (1).

    Mas outras opiniões podem ser encontradas, nomeadamente por parte de uma engenheira do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar, Maria Leonor Nunes. Segunda esta, a produção das espécies em cativeiro não tem riscos para o consumidor e, se tivermos em conta a poluição de certos ecossistemas marinhos, até pode ser preferível, uma vez que na aquacultura as condições ambientais são muito controladas (2).

    Também o Conselho Europeu de Informação Alimentar (EUFIC) chama a atenção para o facto dos estudos demonstrarem que não existem diferenças sensoriais entre o peixe de viveiro e o selvagem. Mas apesar disso, os consumidores têm a ideia que o peixe selvagem é mais saudável que o de aquacultura. O EUFIC realça que ao peixe obtido por técnica de aquacultura tem:
    • Abastecimento regular
    • Conteúdo nutricional consistente
    • Controlo rigoroso sobre a produção
    • Preços estáveis e mais baratos
    • Rastreabilidade
    Reconhece contudo que a aquacultura não está isenta de impactos negativos para a natureza, nomeadamente: aumento da pesca para a produção de farinhas de peixe, alteração dos habitats e de efluentes, assim como impacto sobre a biodiversidade no caso de fuga dos peixes dos viveiros.

    Uma análise desta temática deverá sem dúvida considerar os aspectos vantajosos desta técnica como o acesso ao alimentos a um preço mais barato, a criação de postos de trabalho na construção e manutenção das instalações havendo desta forma, uma menor pressão de pesca sobre a(s) espécie(s) cultivada(s). Por outro lado, devem considerar-se os problemas em termos de emissão de resíduos orgânicos, produtos químicos e antibióticos, como a diminuição de recursos marinhos para produção de farinhas.
    Bravo-Torija, Seixas, Pilar e Aleixandre (2008).


    Assim, qual a vossa posição sobre este assunto? Existirão formas de superar os problemas apontados?

    (1) Tiago, F. (2008). Greenpeace alerta para danos da aquacultura insustentável.
    Disponível em:
    http://www.efsaportugal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=267&Itemid=158
    (2) (2006). Aquacultura: Produção em viveiro pode ajudar a preservar os habitats selvagens.
    Disponível em: http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2006/12/10c.htm
    European Food Information Council (EUFIC). Existirá muito mais peixe no mar?
    Disponível em: http://www.eufic.org/article/pt/seguranca-e-qualidade-alimentar/saude-animal/artid/muito-mais-peixe-no-mar/
    Bravo-Torija, B., Eirexas, F, Pilar, M. e Aleixandre, J. (2008). Educação para a sustentabilidade: a gestão de recursos do mar. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 1(1), 191-208.

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